Gratidão



“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos” (Col. 3:15).


Conta-se em uma lenda que dois anjos foram enviados a Terra com a missão de recolher em cestos as orações dos homens. Um deles, em pouco tempo, encheu logo o seu cesto com os mais diversos e egoístas pedidos da humanidade. O outro anjo, encarregado de reunir “as orações de agradecimento”, depois de permanecer um longo período na terra, voltou aos céus triste, decepcionado e desolado, com seu cesto quase vazio.  
A gratidão está em falta em nossos dias, somos “treinados” pela nossa sociedade a não nos satisfazer com aquilo que temos, e acabamos sempre querendo mais e mais, ignorando os ensinos bíblicos a respeito da gratidão que deve abundar nossos corações. O evangelista Lucas registra em sua epístola um acontecimento muito interessante sobre esse assunto. Lucas narra que Jesus, quando estava à caminho de Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e entrou numa aldeia, ao que lhe saíram ao encontro dez leprosos, os quais ficaram de longe gritando: “Jesus, Mestre, compadece-te de nós!”.  Diz o evangelista que Jesus ao vê-los, mandou-os mostrarem-se aos sacerdotes, e indo eles, todos foram curados. Porém, após receberem a cura, somente um dos dez voltou a Jesus para agradecer-lhe a benção recebida.
Os leprosos naquela época eram excluídos da sociedade, viviam nos lugares ermos e pediam alimento as caravanas que passavam. A lei mosaica dizia: “As vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e os seus cabelos serão desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: Imundo! Imundo! Será imundo durante os dias em que a praga estiver nele; é imundo, habitará só; a sua habitação será fora do arraial” (Lev.13.45,46).  Essa era a sentença a que um leproso estava condenado, o isolamento. Jesus, porém, não deixou aqueles dez leprosos à margem, antes se preocupou com eles. Jesus não os viu com indiferença, com preconceito, mas curou-os daquela terrível enfermidade. Infelizmente isso não foi suficiente para gerar gratidão no coração de nove dos dez leprosos, pois somente um voltou para agradecer a Jesus pelo milagre recebido.

Ao leproso que se apresentou diante de Jesus com grato coração, o Mestre fez a seguinte pergunta: “Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”(Lucas 17.17-19).

E nós, como reagimos diante das bênçãos que Deus nos tem concedido diariamente? Como temos nos portado? Temos elevado nossos olhos aos céus para agradecer a Deus, ou temos nos portado como a maioria das pessoas que estão à nossa volta?    



                                          (É permitida a reprodução total ou parcial deste texto, desde que seja citada a fonte)

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