“Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo” (Êxodo 33:11).
Quando falamos em amizade nos reportamos a um relacionamento íntimo e profundo, um relacionamento bilateral de companheirismo e fidelidade, onde a confiança e o amor mútuo são predominantes. Falar em amizade é mais do que falar em mero relacionamento. Amizade é conhecer verdadeiramente o coração do amigo e deixar que o seu próprio também seja conhecido.
Quando examinamos a Bíblia e lemos sobre essa expressão profunda de amizade sendo exibida entre um ser humano (Moisés), e o próprio Deus, ficamos de fato abismados. Pensamos em como pode um mero mortal ser chamado de amigo de Deus. Em outra ocasião, Abraão, o nosso pai na fé, também foi assim conhecido: “e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus” (Tg. 2:23). Moises, em sua caminhada de fé foi tão amado por Deus que após sua morte o seu próprio corpo foi alvo do cuidado de Deus (Judas 1:9).
Moisés recebeu a importante tarefa de conduzir o povo de Israel pelo deserto, desde a libertação das mãos de Faraó, rei do Egito, até a entrada na terra de Canaã, 40 anos mais tarde. Essa tarefa mostrou-se em muitos momentos extremamente pesada para se suportar, mas Deus esteve sempre presente, sempre fiel, auxiliando-o na caminhada. Diante do exemplo de Moisés perguntamos: Quem pode ser amigo de Deus?
Pode ser amigo de Deus aquele que busca ter comunhão com Ele: “Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la para si, fora, bem longe do arraial; e lhe chamava a tenda da congregação. Todo aquele que buscava ao SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial” (Êx.33.7). Moisés armava a tenda da congregação longe da vista do povo, fora do arraial, onde tinha um encontro marcado com Deus. Ali o patriarca buscava ao Senhor, como diz o texto. Todos os demais que queriam buscar ao Senhor tinham também essa mesma liberdade de ir à tenda para adorá-Lo. A Bíblia nos ensina que “a intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Sl. 25:14). É nosso dever buscar essa intimidade com Deus.
Pode ser amigo de Deus aquele que busca conhecer a vontade Divina: “Agora, pois, se achei graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça e ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo” (Êx. 33.13). Esse era o pedido de Moisés, seu desejo mais profundo era conhecer a vontade Divina em todos os momentos de sua peregrinação pelo deserto. Conhecer o caminho de Deus, conhecer a vontade Divina, deve ser nosso alvo, nosso propósito de vida. Os amigos de Deus são aqueles que lhe obedecem a voz, Jesus mesmo disse: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.” (João 15:14).
Pode ser amigo de Deus aquele que busca andar com Deus: “Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra?” (Êx. 33.15,16). Um povo separado busca andar com Deus, não quer andar só, segundo seu próprio conhecimento humano, quer sim é caminhar com o Criador, tendo seus passos firmes e seguros tal como Enoque, Noé, ou mesmo Abraão (Gênesis 5.24;6.9; 17.1).
Não deixemos que os interesses deste mundo, que os cuidados desta vida efêmera, ou mesmo que o egoísmo humano, nos impeçam de buscar essa proximidade com Deus, de sermos chamados amigos de Deus: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos” (João 15:15). Ser amigo de Deus é um privilégio a nós concedido por meio de Cristo.
(É permitida a reprodução total ou parcial deste texto, desde que seja citada a fonte)
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